Seca extrema no rio Amazonas pode atingir níveis históricos nos próximos dias

Amazonas

A população de Itacoatiara, no Amazonas, testemunha um cenário alarmante à medida que o rio Amazonas se aproxima da maior seca de sua história, prevista para ocorrer nos próximos 10 dias.

Segundo informações do Serviço Geológico do Brasil (SGB/CPRM), a cota da água no maior rio do mundo alcançou 1,44 metros nesta quinta-feira, 12 de outubro, marcando a segunda maior vazante já registrada.

Com uma redução de cerca de 8 centímetros por dia, as previsões apontam que o recorde anterior de 91 centímetros, registrado em 2010, será superado ainda neste mês. A especialista do SGB/CPRM, Nailde Andrade, que está em Itacoatiara para conduzir medições, enfatizou a gravidade da situação:

“A cota [do Rio Amazonas] está em 144 centímetros [1,44 metros]. Com essa marca, já é a segunda maior da história, e, provavelmente, daqui a uns 10 dias, com a média de 8 centímetros descendo por dia, a gente possa bater essa seca extrema que foi a de 2010.”

A medição do nível da seca dos rios começou recentemente, em resposta à vazante extrema que atinge o estado do Amazonas. Antes, o CPRM realizava leituras apenas durante o período de cheia das águas. A situação chegou a um ponto em Itacoatiara em que a régua utilizada para medir o Rio Amazonas teve que ser substituída por uma mais próxima da superfície da água, uma vez que a primeira já não alcançava o rio. Essa monitorização é fundamental para auxiliar órgãos públicos na mitigação dos impactos da seca e no desenvolvimento de políticas públicas para a população.”

Além de coletar dados para compor a série histórica, a análise dos técnicos do CPRM também evidencia o impacto que essa vazante extrema pode ter na região. Já se observa a paralisação de alguns navios no porto de Itacoatiara, possivelmente devido à baixa do rio.”

A seca extrema no rio Amazonas é consequência de uma série de fatores, incluindo o aquecimento global, as mudanças climáticas e a ocupação irregular da floresta amazônica. Os impactos da seca já são sentidos na região, com a redução do abastecimento de água, a perda de biodiversidade e o aumento do risco de incêndios florestais.”

O governo federal e os governos estaduais da região amazônica estão trabalhando para mitigar os impactos da seca. No entanto, os especialistas alertam que é preciso tomar medidas urgentes para proteger a floresta amazônica e evitar que a seca se torne um fenômeno recorrente.”

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