Yara Lins diz que foi ameaçada por colega e Érico Desterro é acusado de abuso de poder e desvio de recursos
A conselheira do Tribunal de Contas do Estado do Amazonas (TCE-AM), Yara Lins, logo após ser eleita presidente do órgão, anunciou que iria à Delegacia Geral de Polícia Civil do Amazonas, onde iria realizar uma grave denúncia.
Ainda segundo a conselheira, uma visita, que não será de cortesia, deve ser para denunciar ameaças que venham a sofrer de um de seus colegas de corte, e posteriormente envolver todas as informações à imprensa.
A derrota e revolta de Ari Moutinho
O conselheiro Ari Moutinho, inconformado com a derrota para a presidência que ocorreu na terça-feira, dia 3, proferiu ofensas contra a honra da Conselheira Yara Lins, além de ameaçá-la na última sessão plenária na qual Yara Lins foi eleita para a presidência do Tribunal de Contas do Estado do Amazonas (TCE-AM).
“Ari, que é conhecido como uma pessoa desequilibrada e arrogante e tem fama de humilhar e maltratar mulheres, desta vez passou dos limites”, disse um conselheiro ao portal Abutre com exclusividade.
De acordo com informações, Ari Moutinho disse ter influência em Brasília e que vai usar autoridades do Judiciário para prejudicar o presidente eleito, além de ameaçar algumas pessoas que testemunharam o fato que ocorreu com Yara Lins.
A Conselheira Yara Lins, em suas palavras iniciais, disse: “Venho aqui dizer que não tenho medo de ninguém, que sou mulher sim, mas não me curvo a ameaças de homem algum.”
Os demais conselheiros da corte do Tribunal de Contas do Estado do Amazonas estão evitando comentar o caso, mas pelos corredores do TCE-AM, o que se comenta é que o atual presidente eleito foi ameaçado por um dos colegas pouco antes de sua posse.
Brigas entre membros da corte e escândalos estão marcados a corte; veja alguns aqui.
Não é a primeira desavença entre os membros do Tribunal de Contas do Estado do Amazonas (TCE-AM). O ex-presidente Érico Desterro foi acusado internamente de colocar escuta nos gabinetes de seus desafetos.
Érico Desterro foi acusado por outros conselheiros do TCE-AM de utilizar sua carga para tirar vantagens e passou a gastar como se não houvesse amanhã durante seu mandato à frente do TCE-AM.
Dados do portal de transparência do TCE-AM, que estão desatualizados e só mostram o exercício de 2022, mostram que o presidente do órgão gastou mais de R$ 700 mil em buffet e refeições.
Em agosto de 2022, o TCE desembolsou R$ 159 mil para a empresa VV Refeições Ltda. em contrato feito por meio de dispensa de licitação, para a aquisição de refeições para os funcionários do Órgão de Fiscalização. A VV Refeições chegou a receber durante o ano de 2022 R$ 351.735,60.
Para os coquetéis e festas realizadas pelo Tribunal, Desterro desembolsou para JBV Serviços de Bufe Ltda. R$ 414.896,39 em 2022, sendo que em apenas um evento no mês de novembro o TCE pagou R$ 144.588,94 pelo serviço de coquetel natalino com comida executiva sendo servida.
A empresa VV Refeições teve seu contrato rescindido pelo TCE-AM, após denúncias de que funcionários do órgão estariam recebendo suas marmitas com larvas.
Aumento do próprio salário
Em fevereiro deste ano, o presidente do Tribunal de Contas do Amazonas (TCE-AM), conselheiro Érico Desterro, conseguiu reajustar o próprio salário e dos demais conselheiros e auditores da Corte de forma gradativa por meio de proposta enviada por ele com pedido de urgência à Assembleia Legislativa do Estado (Aleam). Os deputados estaduais votaram e aprovaram.
O salário atual dos conselheiros do TCE é de R$ 35 mil, com a aprovação, sobe para R$ 37,5 mil em abril deste ano e em fevereiro de 2024 passa a ser R$ 39,7 mil, para então, finalizar em R$ 41,8 mil em fevereiro de 2025. Para os auditores que ganham agora em torno de R$ 33,6 mil, esse valor vai evoluir para R$ 35,7 mil em abril, em fevereiro de 2024 passa a ser de R$ $ 37,7 mil e em 2025 para R$ 39,7 mil.
Érico Desterro usou como base a decisão do Congresso Nacional que aumentou o salário dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), aplicando o limite constitucional nacional de noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento de tais subsídios máximos.
Gastos com viagens
O presidente do Tribunal, conselheiro Érico Desterro, limitou os gastos de seus pares em viagens no território nacional e internacional, para que compareçam a palestras e conferências de outros Tribunais de Contas pelo país.
Os conselheiros têm um teto de gastos por ano para as viagens em busca de aperfeiçoamento, enquanto o presidente não se enquadra no limite de gastos imposto por ele mesmo aos demais colegas.
Informações recebidas pelo Portal Abutre com exclusividade dão conta de que Desterro persegue seus colegas, por medo de perder a presidência do TCE, além de curtir viagens internacionais de primeira classe, pagas com o dinheiro do Tribunal de Contas.
Relembrando polêmicas: Entre amantes
O caso do conselheiro Ari Moutinho do Tribunal de Contas do Amazonas (TCE-AM) com a figura política Rebeca Garcia, que eram amantes enquanto ambos eram casados com outras pessoas, são revelados trechos de um áudio gravado entre eles . O áudio mostra uma conversa entre Ari Moutinho e Rebeca Garcia, onde discutem assuntos variados, desde preocupações pessoais até questões políticas. O áudio também menciona a possibilidade de contratar um advogado para se defender diante das recentes revelações. A conversa parece revelar uma relação complexa e tensa entre os envolvidos.
Agressão de Érico a Yara Lins
No Dia Internacional das Mulheres, comemorado em 8 de março, uma lembrança deixou os corredores do Tribunal de Contas do Amazonas (TCE-AM) com um clima pesado. Tudo porque um #TBT relembrou as agressões sofridas por uma conselheira do atual presidente da casa, Érico Desterro.
Tido como uma pessoa autoritária e envolvida em diversas polêmicas enquanto presidente do Tribunal de Contas do Amazonas (TCE-AM), o conselheiro Érico Desterro chegou a ser rude e agressivo com colegas em sessão plenária do tribunal.
A conselheira Yara Lins chegou a usar seu tempo de fala para reclamação do tratamento desrespeitoso e agressivo com que vinha sendo tratada pelo presidente Érico Desterro, e cobrou respeito ao conselheiro.
“Não é de hoje que venho perceber e presenciar em plenário um tratamento descortês e por muitas vezes agressiva de Vossa Excelência, Senhor presidente [Érico Desterro], dirigido à minha pessoa e demais membros do nosso Tribunal de Contas”, disse Yara Lins.
Yara Lins, que já foi presidente do TCE-AM, respeita o respeito e prometeu adotar as medidas cabíveis contra o colega, por abusar de sua carga como presidente da casa. “Solicito que Vossa Excelência, Senhor presidente, dirija a mim o mesmo tratamento respeitoso que gostaria de receber. Respeite-me como conselheira que possui a carga igual ao seu e servidora desta Corte de Contas por mais de 40 anos”, afirmou.
Com informações O Abutre